terça-feira, 26 de abril de 2016

LIÇÃO SUECA, E UMA PERGUNTA CARIOCA

           
Estocolmo: prioridades cancelam evento para 2022
        Depois de apresentar sua candidatura em novembro de 2013, a cidade de Estocolmo, na Suécia, decidiu voltar atrás e não participar da disputa pela sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. O motivo? Segundo o jornal "Dagens Nyheter", a prefeitura concluiu --- após colocar no papel todos os gastos que o evento esportivo traria para a cidade -- que a conta para organizar os Jogos seria alta demais e um eventual prejuízo teria de ser coberto com dinheiro públicoTalvez em outros países usar dinheiro do contribuinte para realizar grandes eventos esportivos não seja problema. Mas na Suécia é diferente. “Não posso recomendar à Assembleia Municipal que dê prioridade à realização de um evento olímpico, se temos outras necessidades na cidade, como a construção de mais moradias”, disse o prefeito Sten Nordin. O secretário municipal de Meio Ambiente de Estocolmo, Per Ankersjö, escreveu um artigo defendendo a decisão. "Os cidadãos que pagam impostos exigem de seus políticos mais do que previsões otimistas e boas intuições [sobre o orçamento]. Não é possível conciliar um projeto de sediar os Jogos com as prioridades em termos de habitação, desenvolvimento e previdência social", afirmou.
Rio: ciclovia superfaturada é destruída pelo mar
    
        Enquanto aqui o prefeitura do Rio de Janeiro deu várias alegações para explicar o inexplicável, antes da Olimpíada. Por que a promessa de despoluir a Baia de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas não sairá do papel? Por que um trecho da ciclovia Ipanema-São Conrado foi erguido e arrancado dos pilares pelo mar, matando duas pessoas, justamente numa área conhecida por todos por ter fortes ondas [em dia de ressaca, elas se chocam com o costão com violência]? A ciclovia, superfaturada, custou R$ 45 milhões e seria "um legado olímpico". A pergunta que não quer calar: afinal: por que uma cidade precisa de um evento desse porte para fazer o que deve ser feito. O tal "legado" não seria uma mera obrigação dos administradores públicos, mesmo sem Olimpíada?  
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