Alô, quem fala? Sim, você é parente dele? Sim. O senhor já sabe quando ele terá alta? Não, estamos aguardando uma nova visita do dr. Eduardo Kamões. Acho que em no máximo em dois dias. Ok, aqui é do departamento de controle e finanças do hospital, só para conferir, por favor me passe o nome completo do paciente. "Carlos Pato de Almeida". Dia de nascimento. 16-08-2015. Então, como eu ia dizendo, o senhor sabe se o plano de saúde está cobrindo todas as despesas. Ok, de qualquer forma, o senhor precisa fazer um depósito-caução no valor de R$ 3 mil. Não se preocupe, é um procedimento padrão, esse valor será devolvido quando o paciente receber alta. Então, faça o depósito na seguinte conta corrente 17117-1 agência 2424, banco Ontário, até o meio-dia.
[Já são 11h]
O depósito é feito.
O caso da família "Pato de Almeida" entra nas estatísticas de mais um golpe telefônico, bem-sucedido, dado em hospitais de São Paulo. Aí, depois sai o alerta: "Comunicamos que em nosso hospital nenhum aviso de cobrança é feito via telefone e que qualquer pagamento deve ser feito exclusivamente no setor financeiro. Qualquer dúvida, entre em contato diretamente com o setor de internações".
* * *
A caixa dos Correios está cheia de notícias ruins, como de costume. Só contas a pagar. Entre elas, uma multa de trânsito. Na verdade, uma falsa multa. Trata-se de uma montagem feita no computador, baseada no aviso oficial de infração, com a foto do carro numa rua onde o desavisado costuma passar. Logo depois, chega a falsa notificação de cobrança da multa, com valor discriminado [até com desconto de 20%, se for paga antecipadamente]: tudo também parece certinho, batendo, pontos na carteira etc. Tudo igual ao documento oficial, mas com o código de barras fraudado ou com o número de boleto que, digitado, manda o dinheiro da vítima para a conta bancária da quadrilha.
Ou seja, sem notar diferença ou algo anormal, o desavisado paga uma multa que nunca existiu.
Como começa o golpe? Os larápios tiram fotos de vários carros numa determinada rua de São Paulo, perto de um radar fixo. Através das placas, identificam os donos dos veículos e o seus endereços. Enviam as notificações com imagens. Ou nem isso, enviam as notificações de cobrança direto. Como evitar o golpe? Conferir a existência da multa nos sites ou nos próprios órgãos públicos e estranhar se a notificação de cobrança chegar antes do envio do aviso da infração [aquele em que o dono do veículo ainda pode indicar o nome do condutor que estava ao volante no ato da infração].
Sem mais, e se liga...
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