quarta-feira, 17 de julho de 2013

UM POUCO DE POESIA

05/07

FALANDO DE AMOR

Por vezes leio essa poesia que me faz lembrar de mulheres que me fizeram feliz. Tudo bem, pirei em público. Que medo. Ela se chama "Sua Luz Interminável"....

Sentir-la à distância como uma estrela tão próxima/
 que todas as fronteiras separam./
 Perceber sua luz interminável na quietude noturna/
 abrindo-me uma ferida de obsessão e de abismo/
 Escutar o silêncio que destilam as horas,/
 sentindo-o crescer como um latido escuro
 de destruição e morte./
 Calar-me e aceitar a sombra que tua ausência
 vai deixando nas coisas.
 
PS - O autor é Justo Jorge Padron, poeta das Canárias, que a escreveu em 1979, e consta de uma coletânea "Poesia Espanhola Contemporânea (1939-1980).

11/07 

(este é um dos 10 melhores poemas de Carlos Drummond de Andrade)

CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas

Um comentário:

  1. Ótimo! Não conhecia esta poesia de um poeta tão conhecido!

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