05/07
FALANDO DE AMOR
Por vezes leio essa poesia que me faz lembrar de mulheres
que me fizeram feliz. Tudo bem, pirei em público. Que medo.
Ela se chama "Sua Luz Interminável"....
Sentir-la à distância como uma estrela tão próxima/
que todas as
fronteiras separam./
Perceber sua luz
interminável na quietude noturna/
abrindo-me uma ferida
de obsessão e de abismo/
Escutar o silêncio
que destilam as horas,/
sentindo-o crescer
como um latido escuro
de destruição e
morte./
Calar-me e aceitar a
sombra que tua ausência
vai deixando nas
coisas.
PS - O autor é Justo Jorge Padron, poeta das Canárias, que a
escreveu em 1979, e consta de uma coletânea "Poesia Espanhola
Contemporânea (1939-1980).
11/07
(este é um dos 10 melhores poemas de Carlos Drummond de
Andrade)
CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas
Ótimo! Não conhecia esta poesia de um poeta tão conhecido!
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