quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O RESUMO DA ÓPERA -- SEMPRE ÀS QUINTAS

UMA LEITURA SEMANAL DOS JORNAIS - N8 - 19.11.2015

GEORGE ALONSO


Urna eletrônica terá máquina auxiliar que vai registrar em papel o voto dos eleitores: para eventual recontagem


  VOTO ELETRÔNICO, A CONTRAPROVA

      Embora apertada, o governo teve vitória significativa na aprovação em votações de vetos presidenciais que se derrubados pelo Congresso, inviabilizariam qualquer ajuste fiscal significativo pretendido pelo governo. Mas em uma coisa, a derrubada do veto presidencial ao equivalente em papel do voto eletrônico vai contribuir para o aperfeiçoamento da democracia. A exigência de comprovante de voto em papel, para eventual conferência ou recontagem da votação eletrônica, é uma decisão que vai custar aos cofres públicos cerca de R$ 2 bilhões, segundo o Tribunal Superior Eleitoral [TSE], mas foi uma medida importante. Não acredito que tenha havido fraude nas eleições para qualquer cargo político desde a introdução da urna eletrônica no país.

      [Me lembro como se fosse hoje a reportagem que durante eleição presidencial, se não estiver enganado em 1994, em que provei que havia em Tocantins e, por tabela em todo o país, cidades com número incompatível de eleitores diante de dados populacionais, o número de crianças, por exemplo. Na minha cola, outro jornalista fez um livro sobre o tema, que ganhou até prêmio. Diante da obviedade, o TSE optou por fazer um recadastramento nacional de eleitores. porque havia seis milhões de votos passíveis de fraude, inclusive em municípios paulistas. Também à época tentei fazer uma reportagem do mesmo tipo em São Paulo, e a direção da "Folha" vetou, talvez porque o vencedor do pleito fosse FHC, em 1994, em primeiro turno, devido ao Plano Real, na segunda eleição direta para presidente da República pós-ditadura militar. Havia receio de que uma reportagem desse tipo levantasse a lebre da fraude possível, que Brizola chegou a aventar em 1989, no famoso episódio que envolveu a TV Globo, mas ainda sem a urna eletrônica]. No pleito de 2014, a urna eletrônica completou 18 anos de existência.

      Sempre houve chororô dos perdedores de todos os matizes. Não acredito, para deixar bem claro, em conspirações com o voto eletrônico, até porque cada urna eletrônica é uma unidade fechada em si mesma, que só descarrega no sistema geral os números de votos de um distrito. Claro, sempre haverá algum modo de fraudar, mas não vejo tanta facilidade quanto na contagem manual -- e também do controle nominal dos votos.
   
     O fato é que a votação ficou mais rápida e a apuração muito mais veloz -- e aparentemente com bem menos possibilidade de fraude do que na contagem manual de mesários. Mas o fato também é que no mundo, embora se tenha em geral boa impressão [sem trocadilho] da urna eletrônica, sempre houve quem desistisse de sua implantação por considerar uma falha grave do sistema o fato de não haver o comprovante em papel do voto eletrônico correspondente. Ou seja, a possibilidade de conferência "material" do voto. Os Estados Unidos são um deles. Assim, pelo menos até o último pleito presidencial, houve sempre quem a boca pequena levantasse alguma suspeita, embora o TSE sempre negue a chance de fraude e ofereça a quem quer que seja a possibilidade de conferência nas totalizações [pessoalmente, acho muito mais provável que possa ter tido tentativa de manipulação nas pesquisas de intenção de voto e de boca de urna do que na urna eletrônica]. Até porque os resultados já mostraram vitórias de candidatos das mais variadas vertentes políticas, e em geral aparecem dentro da tendência apontada pelas pesquisas.

      A partir do próximo pleito presidencial, de qualquer modo, um novo equipamento digital acoplado à urna eletrônica vai registrar o voto do eleitor, sem permitir sua identificação, é claro. Porque aí sim seria a volta do coronelismo. Mas enfim uma das questões que sempre ficava sem resposta, agora será respondida; se alguém questionar a votação em algum local poderá requerer ao TSE a recontagem e conferir o registro em papel dos votos. Claro que o comprovante do voto não ficará com o eleitor, ficará registrado nos computadores do TSE. Eis aí um gasto que se deve pagar em nome da democracia e da transparência, desde que não seja ferido o princípio do voto secreto.



Rio Doce????

LATA D'ÁGUA NA CABEÇA

           A fotografia feita no Rio Doce é auto-explicativa. A Vale, umas das donas da mineradora Samarco, a responsável pela tragédia de Mariana e do maior desastre ambiental da história, anunciou que já comprou 14,5 milhões de litros de água mineral para serem distribuídos em cidades de Minas Gerais e Espírito Santo, por onde passa o Rio Doce, que foi atingido pela onda de lama de metais pesados. Várias cidades tiveram de suspender a coleta de água no rio. A Vale afirma ter entregue já 2,2 milhões de litros de água mineral e prevê ainda a perfuração de poços em locais afetados pelo mar de lama tóxica. Depois da barragem arrombada...


MEGA PETROBRAS

          A MegaSena vai pagar o maior prêmio da SUA história: R$ 170 milhões, no próximo sorteio. Aplicado, esse dinheiro renderia R$ 1,5 milhão ao mês. E ainda sim é "titica de galinha", se comparado com as cifras da corrupção na multinacional brasileira Petrobras. Isso é que é um megaescândalo...

E AGORA GOVERNADOR?

Da lista das 94 escolas estaduais que devem ser fechadas pelo governo paulista, conforme decisão de Geraldo Alckmin, 67 foram ocupdas por seus alunos...


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