Uma agulha no palheiro. Informação selecionada e às vezes comentada, histórias do dia a dia dos mortais, crônicas e tudo aquilo que mexe com o humor de um jornalista inconformado
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
CRôNICA DO TREM SEM TRILHO 1
Uma pergunta não quer calar desde que chegou às bancas a revista "IstoÉ" com a reportagem de capa denunciando um esquema de superfaturamento de trens da CPTM e do metrô em 30%, em São Paulo. Quem se beneficiou desse pagamento de propina? Pelo valor estimado de desvio, pelo menos R$ 425 milhões, pode aparecer gente graúda se a investigação for bem feita. As empresas envolvidas, como a alemã Siemens, formaram um cartel para vencer licitações públicas na área dos transportes durante os últimos 20 anos, ou seja em seguidos governos do PSDB no Estado. A empresa já é ré confessa no caso.
No depoimento voluntário dado por um ex-funcionário da multinacional ao Ministério Público, ele afirmou que houve a participação de autoridades e servidores públicos paulistas. A documentação está com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A Siemens admitiu a existência de um propinoduto. Mas aceitou essa condição de ré em troca de imunidade civil e criminal para a companhia e seus diretores.
Há suspeita de que o valor de R$ 425 milhões não expresse toda a verdade. As cifras podem ser bem maiores, porque apenas uma parte dos contratos está sendo investigada. Há contratos com valores bem mais elevados. Por exemplo: o valor dos contratos da empresa Alstom, só até 2008, é de R$ 5 bilhões. Sim, a Alstom, a mesma que já foi punida em outros países justamente por pagar propina e corromper autoridades.
É um escândalo. E a grande imprensa brasileira parece pouco interessada em correr atrás de mais informações, como fez no caso do mensalão. O fato é que é preciso apurar e punir os envolvidos. Por outro lado, para não cair no esquecimento, o Movimento Passe Livre, que liderou recentemente gigantescas manifestações de rua, anunciou que fará panfletagem no dia 6, em vários bairros, convocando a população a participar de um novo protesto, no próximo dia 14 de agosto.
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