O relógio marcava 18h, do dia 2 de fevereiro de 2012, na estação Pinheiros da linha 9-esmeralda (Osasco-Grajaú). Um advogado, que ia para a Granja Julieta, bairro nobre da zona sul paulistana, pega um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) lotado. Até aí, nada de extraordinário, é horário de pico. Ele não conseguiu lugar sentado, mas "a lotação ainda estava normal". Foi na estação seguinte que a coisa mudou de figura: o trem superlotou. E a cada nova estação havia tumulto nas portas dos vagões.
Para ajudar o fluxo de entrada dos passageiros, funcionários da CPTM passaram a usar a "técnica do rodo" [aspas minhas]. Empurram todo mundo pro ralo? Não, perdão, pra dentro do trem. "Eles empurravam as pessoas, buscavam colocar mais gente", contou o advogado à Folha. [o rodo é um método utilizado há algum tempo no superlotado metrô de Tóquio, para fechar as portas dos vagões].
Os trens paulistanos ficam tão cheios, com gente prensada como numa lata de sardinha, que é difícil até de achar um lugar para colocar os pés no chão, durante viagem em horário de pico. Para sair do sufoco, o advogado optou por desembarcar na estação Morumbi, uma antes de seu destino final, e foi a pé para casa. Antes, porém, aproveitou, tirou fotos e fez vídeos. Com provas à mão, entrou com ação por danos morais contra a CPTM, qualificando o serviço como transporte "sub-humano e degradante".
Em julho do ano passado, o advogado perdeu a causa, em primeira instância. Mas recorreu e, no último dia 13 de agosto, a Justiça condenou, de forma unânime, a CPTM a pagar R$ 15 mil de indenização. A companhia ainda pode recorrer.
Moral da história: faça como ele, faça valer os direitos de cidadão. | ||
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