quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PRIMAVERA ÁRABE ACABA EM MASSACRES

   

[versão atualizada]

Primeiro foi no Egito: 650 mortos. Agora a matança aconteceu na Síria: 1.300!? Entre os mortos há dezenas de mulheres e crianças (foto). Existe ainda a suspeita do uso de armas químicas contra os rebeldes e a população civil. Fotografias mostram centenas de corpos enfileirados, como no Cairo. Democracia? Nem pensar. Após eleição, a tentativa no Egito durou só um ano -- até o recente golpe militar. Na Síria, nem isso. A guerra civil já dura dois anos. Paz? Onde? A chamada "primavera árabe",  que derrubou alguns déspotas no meio do planeta, já acabou sem ter quase existido. [A cada dia fico mais convencido de que a humanidade é inviável.]

       George Sabra, um dos líderes da oposição síria, declarou que as mortes aconteceram na periferia de Damasco. Fontes citadas pela agência de notícias Reuters dizem que foram lançados foguetes com agente químico em Ain Tarma, Zamalka e Jobar, na região de Ghouta. Suspeita-se que seja gás sarin, neurotóxico. “Muitas das vítimas são mulheres e crianças. Chegam com as pupilas dilatadas, membros frios e espuma nas bocas”, disse uma enfermeira. A Síria não aderiu à convenção que, em 1997, baniu as armas químicas.

     "O que nos mata e mata nossas crianças não é apenas o regime. A indecisão americana nos mata. O silêncio de nossos amigos nos mata. O abandono da comunidade internacional nos mata, a indiferença dos árabes e muçulmanos, a hipocrisia do mundo que se acredita livre nos mata", declarou Sabra, em coletiva de imprensa em Istambul (Turquia). Depois desse apelo, ele disse também que não acredita mais em solução pacífica para o conflito.
   
      O governo nega o uso de armas químicas e diz que a oposição, por perder nas batalhas, quer desesperadamente obter apoio internacional. O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, que está há 13 anos no poder, disse no último domingo (18) que "enfrentaria o terrorismo e o varreria do mapa".   


    PS - Os americanos já usaram como pretexto uma suposta produção de energia nuclear com fins bélicos para invadir outro país no Oriente Médio: o Iraque. Depois a realidade desmentiu a  acusação (mas as tropas já estavam em Bagdá, e Saddam Hussein, morto). Toda cautela é pouca. Na guerra, em geral, a primeira vítima é a verdade: é a batalha da contra-informação. Só o tempo dirá quem tem razão. De qualquer forma, com ou sem arma química, houve um massacre na Síria.


 
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