quinta-feira, 1 de agosto de 2013

DESMANCHE NAS REDAÇÕES




A coisa está feia...

Desta vez foi na Editora Abril. Nos últimos três meses, houve cortes e mais cortes pesados nas redações, de jornalões e revistões. Como está difícil mesmo ser jornalista, pelo menos nesse momento. Nunca neste país houve tantas demissões em um espaço tão curto de tempo. Certamente a massa de demitidos já deve estar na casa dos 500 ou mais, somando tudo desde o início de 2013, que parece querer ser um ano pra esquecer!

A Editora Abril anunciou no final da tarde de 1º de agosto o fechamento das revistas Alfa, Bravo, Gloss e Lola, e a demissão de 150 profissionais, de várias publicações. A empresa tem 6 mil funcionários. Outra medida: a reestruturação de cargos mexeu no comando de várias publicações e unidades de negócio.

Foram demitidos jornalistas experientes, com salários maiores e em funções importantes. Depois sai besteira em reportagens e não se sabe o motivo. Não há tempo para os mais jovens aprenderem com os mais velhos. E a qualidade do que se escreve vai descendo a ladeira em alta velocidade.

Lamentável. Mas previsível. Investir em papel hoje é suicídio. Revistas como Gloss e Lola teriam mais vida se ficassem apenas na internet, mas até a plataforma online foi desprezada na operação desmanche. Nossos filhos não compram revistas e jornais. Está tudo nos sites e nos facebooks da vida. É só dar uma voltinha nos bares de São Paulo e ver a quantidade de celulares de último tipo (ou não) sendo usados pela molecada. As notícias estão no bolso, prontas e disponíveis, em tempo real.

Jornais e revistas podem vender credibilidade na rede. É lá que estão os presentes e os futuros leitores. A Folha já se deu conta disso. Sua nova propaganda na TV expressa o desejo de não naufragar como um barquinho de papel na enxurrada. "Eu sigo a Folha e a Folha me segue", é a novilíngua. Não fala para seus 300 mil leitores em papel. Fala para 6 milhões, no mundo "virtual".

2 comentários:

  1. Essa é a lei número 1 das empresas para cortar custos, aumentar a lucratividade e gerar lucros astronômicos para os sócios ou acionistas, dependendo do caso.
    Os americanos utilizam esse expediente desde o inicio dos anos 60 em várias atividades - de jornalismo a hospitais, de operários em autos a laboratórios. E sempre funciona. Alex Gutenberg
    Estou falando da demissão de profissionais (em qualquer área) que ganham muito para substitui-los por gente que irá ganhar um salário até 5 vezes menor. O nível realmente vai dimnuindo, principalmente em áreas de humanas, mas chega a ser cruel e criminoso em medicina, por exemplo. O diretor de redação que ganha 15 mil por mês será trocado por alguém de 4 mil. Esse jovem brilhante que passou nos programas da empresa, vai progredir, melhorar e se tornar funcionário de 15 mil em uns 10 anos. E aí recomeça a reciclagem. Esse ciclo irá funcionar no Brasil e no mundo ad infinitum. Não tem solução. Somos todos repostos. Quando nascem nossos filhos, nascem as reposições. Quando se forma uma turma, vem aí mais reposições.

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