Com a rede de computadores
surgiram também aos borbotões os tais sites de relacionamento -- aquela coisa
difícil entre seres humanos, seja hetero, homo, bi, tri ou pan e afins ou
simpatizantes. Nesses sites habitam milhões de pessoas, homens e mulheres,
estreantes, debutantes, solteiros, casados, separados, divorciados e viúvos, de 18 a 99 anos. Eles "habitam" porque
parecem estar sempre ali, como se os sites fossem um instrumento extremamente necessário rumo à felicidade no mundo moderno [veloz e sem tempo para flerte nos bares e na vida propriamente dita], um instrumento sempre à mão quando um relacionamento acaba ou ainda um lugar a recorrer quando
o vazio amoroso prevalece -- isso sem precisar sair de casa. Há mulheres que revelam ter arrumado ali um
namorado, que o romance durou até cinco anos, e voltaram com o final da
relação. Há gente em busca de alguma coisa incerta e não sabida relativa ao
amor, em busca de algo ora imaginário, idealizado e sonhado sobre futuros possíveis
parceiros, ora conhecido e bem definido como a diversão sexual apenas.
Percebe-se que há casos em que fica claro o sonho do amor
que supera tudo, quando mesmo a distância parece não impor limites ao encontro
bem-sucedido entre duas pessoas. Mas é mesmo muito curioso saber o que alguém que mora em Picos, no Piauí, pode
querer com alguém que mora em São Paulo e não pretende sair daqui? Outra
questão surge quando no perfil a mulher informa ao eventual interessado que
"geralmente" é fiel. Isso significa o quê? Que é fiel com todos ao
mesmo tempo? Em geral... Com os homens, então, não há sobre o tema questionamentos nos formulários de construção de um perfil nesses sites. A machonaria impera ali.
Por fim, por que algumas moças [ou meninas] gostam de postar fotos dos pés e das mãos? Não colocam imagens do rosto. Isso é o que se pode chamar de amor aos pedaços?! O desmembramento dá resultados? Suspeito até que esteja surgindo um novo tipo de mulher: a mulher lego, que não vem pronta, o pretendente pode juntar os pedaços -- orelhas, boca, olhos, tronco e membros -- como num quebra-cabeças, mesmo não seguindo um manual de instruções. Como não há qualquer garantia do fabricante, o pretendente pode ao vivo dar de cara com uma frankenstein. O que não seria propriamente uma novidade: na vida há alguma coisa com garantia ou prazo de validade muito extenso [na alegria e na tristeza, na saúde e na doença]? Todos vamos até que uma curva Tamburello nos separe.
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Mto boa..kkkkk
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