terça-feira, 15 de setembro de 2015

REFUGIADOS: PAÍSES EUROPEUS FECHAM A PORTA

Hungria: novo muro da vergonha na fro nteira com a Sérvia
                                                        [versão atualizada em 15 de setembro]

        A Hungria ergue uma cerca de 176 quilômetros na fronteira com Sérvia para barrar a onda de imigrantes ilegais, a maioria deles refugiados da guerra civil na Síria. E a partir de hoje [15 de setembro] uma nova lei torna a imigração ilegal um crime, com pena de até 3 anos de prisão. A construção de uma cerca semelhante à existente entre os Estados Unidos e o México foi acelerada depois que a polícia húngara deteve um número recorde de 3.321 refugiados um um único dia, quarta-feira passada [dia 9]. Mais de 175 mil imigrantes já entraram na Hungria neste ano com o intuito de atravessar para a Europa Ocidental. A alguns metros do alambrado com cerca de 4 metros de altura, haverá ainda uma outra barreira que lembra os tempos da Guerra Fria: uma espiral de arame farpado, para facilitar a chegada da patrulha em caso de tentativa de furar o bloqueio. Pela nova lei da Hungria, se houver esse tipo de tentativa e se o imigrante portar arma de fogo, a pena poderá ser de 5 anos de prisão. Para traficantes de gente, a pena poderá chegar a 20 anos de cadeia. 

          Sob governo conservador, a Hungria é um dos países que mais se queixa da entrada ou da passagem de imigrantes ilegais em geral e refugiados sírios por seu território, que têm como objetivo chegar à Áustria e à Alemanha. Uma das cenas mais deprimentes divulgadas pela internet foi a de um operador húngaro de TV derrubando com "chinelas", "rasteiras" e chutes crianças refugiadas e um pai com criança no colo durante tumulto envolvendo imigrantes ilegais e tropas de policiais na fronteira.
  
         A pressão migratória também levou a Dinamarca a endurecer as leis. O governo colocou anúncios em quatro jornais libaneses informando que os apoios sociais para os novos migrantes foram reduzidos em “até 50%” e que o reagrupamento familiar não é autorizado durante o primeiro ano para os titulares de uma autorização de residência temporária. A campanha alerta ainda que, para ficar na Dinamarca, é preciso falar e compreender dinamarquês e que os que não tiverem autorização serão repatriados. Em Copenhague, a ministra responsável pela pasta da Imigração e da Integração, Inger Stojberg, da ala à direita do partido liberal Venstre, disse que com a campanha “pretende informar objetivamente e com sobriedade” as regras dinamarquesas. A Dinamarca recebeu cerca de 15 mil pedidos de asilo em 2015, quase o dobro dos registrados no ano passado.

      Se a difícil "porta" pelos Balcãs se fechar, restará então aos refugiados de toda ordem o caminho pelo norte da África, que tem sido muito mais perigoso e fatal, rumo à Itália, pelas águas já ensanguentadas do Mar Mediterrâneo, com naufrágios sucessivos de"embarcações" precárias e superlotadas. Ou ainda, com alguma sorte e olhar complacente do governo turco, atirar-se no Mar Egeu, na tentativa de alcançar a "benevolência" grega. Boa sorte, bom destino. Como diria Stalin (1878-1953), o ditador russo, "a morte de um homem é uma tragédia, a morte de milhões é uma estatística".


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