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Domingo sem carro em Paris: milhões a pé ou de bicicleta tomaram as avenidas como a que leva ao Arco do Triunfo |
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De manhã bem cedo: ninguém nas ruas fechadas a veiculos |
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Namoro na bici: sem carro, segurança total |
Um grande sucesso. Milhares de pessoas nas ruas. A iniciativa de "Um dia sem carro", promovida pela prefeitura de Paris, baniu os veículos do centro expandido e de áreas residenciais nobres da capital francesa. Na região situada entre o Palácio da Bastilha e o Arco do Triunfo, no perímetro de pontos turísticos como a Torre Eiffel e em outras partes da cidade, das 11h às 18h, os carros não puderam circular. Dentro dessas áreas só foi permititida a circulação de veículos oficiais e automóveis em casos de emergência -- mesmo assim com a velocidade máxima de 20 km/h. Nas demais regiões, fora das zonas determinadas, mas próximas às ruas fechadas aos carros, houve redução dos limites de velocidade para "inacreditáveis" 30 km/h [imagine isso em São Paulo!].
“É uma ótima ideia. É talvez a primeira vez que eu vejo a Champs-Élysées sem carros assim. A última vez que estava assim, tão cheia de gente, foi durante a Copa de 1998”, afirmou um morador. Pais e crianças passearam no meio na avenida dos Champs-Élysees, uma das mais caras de Paris. “É uma boa forma de as pessoas poderem explorar a cidade em outra perspectiva. Geralmente os carros dominam as ruas, em vez das pessoas. Em uma cidade como Paris, onde pouca gente tem carro e está sempre cheia de turistas, faz sentido dar as ruas de volta às pessoas pelo menos um pouco”, disse outro pedestre. Locais sempre bastante movimentados, como a praça da Bastilha, viraram paraíso para ciclistas. Com boa parte dos carros de Paris é movida a diesel, em março, uma nuvem espessa de partículas fez a cidade se tornar, mesmo que por instantes, a mais poluída do mundo. Ou seja, ter o pior ar do planeta.
Mas o fato de "Um dia sem carro" acontecer num domingo [ontem, dia 27] foi alvo de críticas de ambientalistas. A prefeitura parisiense, segundo eles, achou uma forma de não entrar em conflito com quem realmente usa diariamente veículos a motor. Em São Paulo, o Ministério Público tenta barrar a iniciativa de se fechar [nem que fosse uma vez a cada 30 dias, por exemplo, no primeiro domingo de cada mês] a Avenida Paulista. Claro que há fortes ingredientes políticos nessa história. Em 2016, teremos eleição municipal e a oposição busca "qualquer coisa " para falar mal do prefeito. A discussão aqui é outra. Enquanto as autoridades francesas e as entidades não-governamentais debatem um plano estratégico para uma "Paris inteligente e durável", aqui em São Paulo a questão é se a ciclovia é coisa de pequeno burguês ou não etc. Claro que São Paulo não é uma cidade com vocação para a bicicleta como têm muitas cidades europeias ou brasileiras, como Macapá, Joinville e outras centenas de cidades planas do país. Mas está mais do que na hora de discutir como São Paulo deverá andar no futuro. Antes que trave de vez.
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Na beira do Rio Sena: só patins e bicicletas |
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Ciclistas, triciclos e carrinhos de bebê: boa parte da frota de Paris é movida a diesel, o que gera alta poluição do ar
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