segunda-feira, 28 de setembro de 2015

PARIS: DIA PARA ESQUECER DO PIOR AR DO MUNDO


Domingo sem carro em Paris: milhões a pé ou de bicicleta tomaram as avenidas como a que leva ao Arco do Triunfo
De manhã bem cedo: ninguém nas ruas fechadas a veiculos
Namoro na bici: sem carro, segurança total


             Um grande sucesso. Milhares de pessoas nas ruas. A iniciativa de "Um dia sem carro", promovida pela prefeitura de Paris, baniu os veículos do centro expandido e de áreas residenciais nobres da capital francesa. Na região situada entre o Palácio da Bastilha e o Arco do Triunfo, no perímetro de pontos turísticos como a Torre Eiffel e em outras partes da cidade, das 11h às 18h, os carros não puderam circular. Dentro dessas áreas só foi permititida a circulação de veículos oficiais e automóveis em casos de emergência -- mesmo assim com a velocidade máxima de 20 km/h. Nas demais regiões, fora das zonas determinadas, mas próximas às ruas fechadas aos carros, houve redução dos limites de velocidade para "inacreditáveis" 30 km/h [imagine isso em São Paulo!].

           “É uma ótima ideia. É talvez a primeira vez que eu vejo a Champs-Élysées sem carros assim. A última vez que estava assim, tão cheia de gente, foi durante a Copa de 1998”, afirmou um morador. Pais e crianças passearam no meio na avenida dos Champs-Élysees, uma das mais caras de Paris. “É uma boa forma de as pessoas poderem explorar a cidade em outra perspectiva. Geralmente os carros dominam as ruas, em vez das pessoas. Em uma cidade como Paris, onde pouca gente tem carro e está sempre cheia de turistas, faz sentido dar as ruas de volta às pessoas pelo menos um pouco”, disse outro pedestre.  Locais sempre bastante movimentados, como a praça da Bastilha, viraram paraíso para ciclistas. Com boa parte dos carros de Paris é movida a diesel, em março, uma nuvem espessa de partículas fez a cidade se tornar, mesmo que por instantes, a mais poluída do mundo. Ou seja, ter o pior ar do planeta.

           Mas o fato de "Um dia  sem carro" acontecer num domingo [ontem, dia 27] foi alvo de críticas de ambientalistas. A prefeitura parisiense, segundo eles, achou uma forma de não entrar em conflito com quem realmente usa diariamente veículos a motor. Em São Paulo, o Ministério Público tenta barrar a iniciativa de se fechar [nem que fosse uma vez a cada 30 dias, por exemplo, no primeiro domingo de cada mês] a Avenida Paulista. Claro que há fortes ingredientes políticos nessa história. Em 2016, teremos eleição municipal e a oposição busca "qualquer coisa " para falar mal do prefeito. A discussão aqui é outra. Enquanto as autoridades francesas e as entidades não-governamentais debatem um plano estratégico para uma "Paris inteligente e durável", aqui em São Paulo a questão é se a ciclovia é coisa de pequeno burguês ou não etc. Claro que São Paulo não é uma cidade com vocação para a bicicleta como têm muitas cidades europeias ou brasileiras, como Macapá, Joinville e outras centenas de cidades planas do país. Mas está mais do que na hora de discutir como São Paulo deverá andar no futuro. Antes que trave de vez.

Na beira do Rio Sena: só patins e bicicletas 
Ciclistas, triciclos e carrinhos de bebê: boa parte da frota de Paris é movida a diesel, o que gera alta poluição do ar

[se gostou, compartilhe ou dê "share"]

Nenhum comentário:

Postar um comentário