Prepare-se. Haverá o dia em que a geladeira só vai
abrir em um piscar de olhos. No caso, o seu. Cada coisa inimaginável o homem é
capaz de fazer para não fazer esforço. Ou ainda, a lei do mínimo esforço pode
ser o caminho mais seguro a percorrer, principalmente no mundo digital. Assim é
que os bancos -- aquelas instituições que só têm lucros estratosféricos aconteça o que
acontecer --- tentam convencer o cliente de que seu sistema é confiável. Com o
aumento do risco de roubo de dados, as formas de proteção vão agregando métodos
novos, além dos números, das senhas e outros modos tradicionais de conferir se
"alguém é ela mesma".
Ultimamente, a identificação biométrica, aquela que usa as
características físicas de cada pessoa para permitir o acesso à conta bancária,
tem sido muito pesquisada. A impressão digital -- que também é usada em entradas de
condomínios [mesmo com falhas] --- é a mais conhecida, mas não é o único jeito
de cadastrar pessoas. Hoje em dia os computadores são capazes de reconhecer a
rosto, a íris dos olhos de um morador ou cliente, o formato das orelhas, a
geometria das mãos e a voz de uma pessoa
A gente começa a fazer uso [e até ironizar a utilização] desses identificadores e os
tornamos tão corriqueiros que nem nos damos conta, como colocar a mão no leitor
ótico do caixa eletrônico para sacar dinheiro ou pagar uma conta. Entra tudo no
"automático". É como andar, pedalar, escovar os dentes. No Brasil,
por exemplo, já há 90 mil caixas eletrônicos de banco com sensores.
O
smartphone, que tornou o celular "mais que tudo", vai ganhar em breve
mais uma função. Nos Estados Unidos, o cartão de crédito MasterCard iniciou
testes onde uma "selfie" [uma foto de si próprio, aquele exercício de
egocentrismo que o mundo digital atiçou] é usada para realizar pagamentos.
Nessa hora, o cliente não digitará mais senhas, vai tirar uma foto da própria
face com o celular e um aplicativo da operadora de cartão de crédito fará a
identificação. Tudo nos "trinques", claro porque -- se na porta de um
condomínio residencial a impressão digital dos dedos pode falhar porque há
porteiros conferindo -- no caso dos bancos essa possibilidade tem que ser igual
a zero.
Essa novidade, acredito, deve durar pouco. Mas o que dura muito no mundo digitalizado?
O mundo digital é cada dia mais "self-agem". E como sempre
existirá alguém querendo burlar o sistema [seja para proveito próprio ou só
pelo prazer de mostrar a vulnerabilidade], o primeiro desafio da
"selfie-conta" será convencer o cliente que se dar ao trabalho de
tirar uma foto para pagar o cartão de crédito vale a pena e realmente é seguro. De qualquer
forma, quem diria no passado que usaríamos cartão de débito ou crédito na
feira, no posto, no supermercado, em qualquer lugar enfim, para pagar nossas
compras? No varejo, as soluções com biometria vão ser cada vez mais utilizadas
na abertura de crediários, onde são comuns as fraudes com documentos falsos.
Embora não esteja livre de falhas, a biometria reduz muito a chance de
falsificações, pelo menos nos níveis em que elas existem hoje.
Portanto, "selfie-se quem puder" mesmo. Neste caso, porém,
creio que ninguém vai conseguir se "selfar" -- exceto se ficar, por opção ou imposição, excluído do sistema.
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