A Áustria construirá uma cerca ao longo da fronteira com a Eslovênia, para controlar o fluxo de migrantes, anunciou ontem a ministra do Interior Johanna Mikl-Leitner. "Isto é sobre garantir uma entrada ordenada e controlada em nosso país, e não sobre fechar a fronteira", declarou ao canal de televisão Oe1. "Nas últimas semanas vários grupos de imigrantes se mostraram impacientes, agressivos e emotivos. Temos que tomar precauções", completou. Desde 17 de outubro, 90 mil refugiados passaram pela Eslovênia e chegaram à fronteira austríaca, segundo a agência de notícias "France Presse" [AFP].
Mikl-Leitner, do partido conservador OVP, que integra a coalizão de governo ao lado dos social-democratas (SPO), disse que é necessário adotar "medidas importantes e duradouras" ante o risco de tumulto entre os migrantes e refugiados, que a cada dia esperam por várias horas no frio para atravessar a fronteira. A ministra não revelou detalhes sobre a construção da cerca. Ela foi muito criticada quando mencionou a criação de uma "fortaleza europeia", mas o Partido Social-Democrata do chanceler Werner Faymann parece aprovar a proposta da cerca "para controlar a chegada de migrantes de maneira organizada", nas palavras do ministro da Defesa, Gerald Klug, que pertence ao SPO.
Em meados de outubro, a Hungria fechou a fronteira com a Croácia e construiu uma cerca de arame farpado e um alambrado de 4 metros de altura, com 176 km de extensão, o que levou milhares de migrantes que entram na Europa pela Grécia a seguir até a Eslovênia, com o objetivo final de chegar aos países do norte da Europa -- leia-se principalmente Alemanha. O "mar de gente" parece água, que sempre acha uma rota alternativa, enquanto a União Europeia não chega a acordo sobre cotas de migrantes para seus países membros e outras ações humanitárias. Segundo ONU, cerca 500 mil pessoas migraram para a Europa desde o início do ano. E cerca de 3.000 morreram na travessia.
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