Marcos Gorinstein em aula de jiu-jitsu para crianças palestinas e judias: formando a geração da paz |
Vi na TV
um documentário sobre o brasileiro Marcos Gorinstein, que virou professor de
jiu-jitsu no Oriente Médio, em um colégio em que palestinos e israelenses [como
ele, mas nascido no Rio de Janeiro] estudam. Sim, juntos. No filme que assisti no último final de semana, ele afirma que o projeto de dar aulas dessa luta marcial para jovens começou quando viu uma escola com o seguinte cartaz: "Nos recusamos a ser inimigos". Lá
estudam judeus, árabes, armênios. Muçulmanos e cristãos. E Marcos diz que viu ali "uma oportunidade", "aqui posso dar minha contribuição" e passou a dar aulas para crianças de 5 a 14 anos.
No documentário, ele afirma:
"A primeira coisa que vem à cabeça de um palestino quando vê um
israelense: ele deve ser soldado ou colono. E a primeira coisa que um
israelense pensa ao ver um palestino:
ele deve ser um terrorista". Ou seja, só quando os dois lados se
conhecerem melhor pelo convívio, aprenderem as duas línguas na mesma escola e
juntos entenderem as dificuldades e a história de cada um, haverá chance para a
convivência pacífica, sem extremismos e preconceitos. O contato físico que
jiu-jitsu proporciona -- além de formar crianças pela disciplina, pelo respeito
ao outro e não pela violência [na origem, o verdadeiro jiu-jitsu não eleva o espírito
"pitbull" que se espalha por aí, nas ruas ou na TV, nos MMAs e vale-tudo da vida]
-- acaba aproximando e permite que, aos poucos, possa ser formada uma
"geração da paz".
Aos 35 anos, Marcos revela em seus
artigos na Facebook que já montou uma turma de jiu-jitsu com palestinos em
Hebron e em Beit Jalla, nos arredores de Belém. Em Jerusalém, trabalha com
crianças israelenses. No documentário, ele também conta que já foi alvo de
críticas dos dois lados, que já levou pedrada no carro etc. Mas não desiste:
acredita que o convívio em escolas, de filhos e pais, fará a diferença no
futuro. É um trabalho de formiguinha, que ele agora sonha mostrar em um filme
em 2016. Quem sabe assim, a formiguinha não "contamina" mais gente. E
assim surjam milhares de formiguinhas.
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