terça-feira, 20 de outubro de 2015

EM MEMÓRIA DE ELEFANTE MORTO POR "ANIMAL"

      
Caçador alemão comemora a morte do maior elefante já visto na África nos últimos 30 anos

       Nada é mais simbólico da vida selvagem do que ver ao vivo ou pela TV uma manada de elefantes, migrando em família em busca de alimento e água. E não é que um cretino, um caçador alemão, abateu a tiros no Zimbábue um dos maiores elefantes já vistos, reavivando a polêmica sobre a caça de grandes animais aberta meses atrás devido à morte do leão mais famoso do país, Cecil, pelas mãos de um dentista americano. Segundo o jornal “The Telegraph”, o turista teria pago R$ 230 mil pela autorização para matar um elefante. "As presas do elefante eram tão grandes, com um peso de 55 kg, que ele precisava arrastá-las pelo chão quando caminhava”, disse Johnny Rodrigues, membro do Grupo de Trabalho de Conservação do Zimbábue. O especialista considera que as presas do elefante, morto no último dia 8 de outubro em uma caçada supostamente legal, são as maiores já vistas na região.

       [R$ 230 mil para matar um elefante. Que estupidez. Não há justificativa para a "caça esportiva". É falso o argumento de que caçar animais é uma atividade que está no sangue do homem desde os primeiros tempos. Caçar só tinha sentido quando era uma questão de sobrevivência, quando não havia agricultura de massa e produção excedente de alimentos, inclusive de carnes. Matar um animal hoje só tem algum sentido, se for em defesa de sua própria vida. Qual a motivo, então: combater a ejaculação precoce?]

       O elefante, com idade entre 40 e 60 anos, foi morto perto do Parque Nacional Gonarezhou por um grupo de safári comandado por um caçador alemão, segundo conservacionistas da reserva, que fica no sudeste do país, bem perto da fronteira com a África do Sul. O elefante morreu na reserva de caça de Malapati, o que significa que estava fora do parque nacional e, portanto, sua caça era legal, segundo Rodrigues. "Não sabemos se o elefante vivia no Parque Nacional Kruger (África do Sul) ou no Zimbábue, mas podemos garantir que o animal estava na zona de safári quando foi abatido”, disse o conservacionista. Elefantes machos são mais solitários. As fêmeas sempre andam em grupos. 
No caso do leão Cecil, caçado nos arredores do Parque Nacional de Hwange, no nordeste do Zimbábue, o animal “foi atraído [com uma isca de carne] para fora do parque para ser caçado”. “Desta vez não há nenhum indício de que tenha acontecido o mesmo com o elefante”, disse Rodrigues.

       [Suspeito que esse conservacionista esteja no bolso do alemão. Como ele pode garantir alguma coisa se ele não estava no local no instante da covardia? Como pode saber se não houve mesmo alguma espécie de truque para atraí-lo e abatê-lo?]

       A morte do leão Cecil abriu um inflamado debate sobre a caça legal praticada em diversos países africanos. O animal, de 13 anos, foi atraído para fora da área protegida com uma isca que consistia em uma presa amarrada a um veículo. Por ter saído do parque, tecnicamente seu abate não foi ilegal. Depois da morte do famoso leão, o governo do Zimbábue proibiu a caça de grandes animais, com exceção de algumas áreas de caça como a que fica ao sul do Parque Natural de Hwange. Nas últimas três semanas, 40 elefantes foram envenenados com cianureto nos arredores de Hwange e do lago Kariba. Para não serem denunciados pelos tiros, as máfias de caçadores usam atualmente flechas envenenadas para abatê-los e pegar as presas, que são vendidas na China, o maior mercado consumidor de marfim.

         A Declaração de Londres, contra o tráfico de marfim, já foi assinada por mais de 40 países, e a China se comprometeu em maio último a impedir com mais rigor essa atividade. Na lista dos principais matadores de elefantes do mundo está o queniano Feisal Mohamed Ali, que opera a partir da Tanzânia. Ele é procurado pela Interpol, segundo o jornal "El País". Se extintos, em décadas no ritmo atual da matança, com eles desaparecerão outros animais e plantas, por desequilíbrio de ecossistemas, porque eles funcionam como "jardineiros florestais"

QUEM VIU DOCUMENTÁRIOS SOBRE ELEFANTES SABE QUE...


Extermínio -- A cada dia, 96 elefantes são assassinados só na África, segundo a Wild Conservation Society. Ou um elefante a cada 15 minutos. Já foram dizimados em Burundi, Gâmbia, Mauritânia, Java e em grande parte da China. Na Tanzânia, a população de 110 mil elefantes em 2009 caiu para 43 mil em 2015. Estima-se que das duas espécies africanas, da selva e da savana, restam apenas cerca de 500 mil elefantes. Eles já foram 5 milhões vagando pela África no início do século passado. O elefante asiático, menor e mais domesticável, caiu de 100 mil para cerca de 50 mil. Os elefantes ocupam hoje 15% do território que tiveram no passado.  O fim da espécie pode significar a perda milhões de dólares em turismo para a África.

Delicadeza -- Fortes, eles são capazes de levantar com a tromba cargas pesadas. Mas também são capazes de pegar uma fruta sem danificá-la. Deixados em paz, sem sentirem-se ameaçados [individualmente, em grupo ou algum de seus filhotes], não são agressivos.


                                  

Quase humanos --  Cada elefante constrói sua personalidade ao longo das experiências tidas durante sua vida, e parte de seu conhecimento é transmitido pela fêmea. Sua longevidade é semelhante à humana, em média até os 70 anos. E como os humanos [ou desumanos?] têm consciência da morte e senso de solidariedade. Cuidam dos doentes e quando um deles morre, adulto ou filhote, velam por vários dias. Para impedir que outros animais o devorem. E depois o enterram, jogando terra e folhas sobre o corpo já em decomposição. Gregário, como os humanos, gostam de viver em grupos [de até 70 animais], e caminham em fila com os adultos à frente e atrás para proteger os filhotes.

Memória de elefante -- Os elefantes sempre se lembram por onde passaram, são muito inteligentes, têm capacidade de entender, aprender e imitar. Comunicam-se também em uma frequência que os humanos não conseguem escutar.

Sensibilidade aguda -- A revista“The Economist” revelou em julho que o Exército dos EUA mantém pesquisa sobre os elefantes, porque cientistas descobriram que eles não só sabem detectar e evitar campos minados como, solidários, alertam outros elefantes quando há minas enterradas por perto. 

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