sexta-feira, 16 de outubro de 2015

HORÁRIO DE VERÃO: A MENTIRA DA HORA


  

        Uma mentira contada mil vezes vira verdade. A frase é de Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha nazista. Por isso, livros foram queimados, instituições educacionais controladas e meios de comunicação fechados e reabertos "sob nova direção". Ah, sim, antes mesmo da 2ª Grande Guerra, pessoas também foram queimadas. Por que utilizo aqui a máxima de Goebbels? Porque milhões de brasileiros, moradores das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, terão de adiantar o relógio em uma hora para atender o tal "horário de verão", à 0h do próximo domingo [dia 18]. Agora, pergunto, por que será que todo ano, a notícia sobre o início do "horário de verão" vem sempre acompanhada de mil e uma explicações sobre a economia de 0,5%. Tipo "isso equivale, em todo o período, a aproximadamente o consumo mensal de energia de Brasília, com 2,8 milhões de habitantes". O que significa isso em termos de economia? Nada, absolutamente nada.
       
         Nada, não! Significa para uma imensa maioria de trabalhadores a perda de uma hora de sono -- pior, daquele sono restaurador. Antes da imposição do horário de verão, as pessoas obedeciam a posição do sol, para acordar, almoçar e dormir. A longo prazo, o horário de verão pode causar distúrbios crônicos. Já tive problemas maiores de adaptação. Não via a hora de acabar. Porque horário de verão só é bom para quem não acorda cedo e não sai muito tarde do trabalho -- ou seja, para quem tem horário flexível ou faz a sua própria jornada de trabalho. Hoje sofro bem menos. Ele funciona muito bem em latitudes altas, como nos 46º de Washington. No Brasil, que não tem latitudes muito altas, essa energia elétrica que se ganha de tarde/noite, o chamado horário de pico. é perdida de manhã. A meta de economia de 5% no consumo jamais foi alcançada. Pela última contagem no ano passado a economia foi de 0,7%, porque o gasto de manhã aumentou.
        
         Qualquer observador percebe que muitos edifícios de escritórios, para reduzir custos, não apagam jamais suas lâmpadas brancas, dia e noite. O acende-apaga diminui a vida útil delas e aumenta custos. Assim como em uma indústria de aço os fornos jamais são desligados, demorariam muito para ficar reaquecidos, a um custo enorme, além de outros riscos técnicos. Uma campanha de conscientização persistente, com incentivos financeiros na conta, teria efeito muito maior. Assim como incentivos a construção de prédios inteligentes, com aproveitamento da luz solar, traria economias maiores e permanentes.
 
         O horário de verão acabará à 0h do dia 21 de fevereiro de 2016, quando os relógios deverão ser atrasados em uma hora. Espero que acabe para sempre, porque no caso horário de verão não se trata de uma questão de gosto, e sim de saúde ampla, geral e irrestrita.






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